
Carta de Longe
Veteranos do F.C. Porto jogaram no Luxemburgo e falaram de Fão
Os veteranos do F.C. do Porto passearam a sua classe no Luxemburgo contra uma equipa da 1ª divisão deste país que apresentou os seus principais atletas.
Ora isto aconteceu, dias antes desta equipa ter participado no Torneio Internacional de Veteranos do CF Fão, o que tornou a minha reportagem num “2 em 1”.
Fernando Gomes, 52 anos, bi-bota de ouro emblemático jogador do Porto, acompanhado por outros colegas de renome como os campeões do mundo da selecção portuguesa de sub-21 Toni e Cao, colaborou no excelente jogo da equipa em que todos se empenharam a fundo; com o resultado final de 2-2 a demonstrar que a máxima “a quem sabe não esquece”, está certa.
Os “avós” estiveram por duas vezes em vantagem tendo permitido o empate já perto do fim do jogo, numa demonstração de grande valentia e classe, perante uma formação local em que alguns jogadores tinham idades que correspondiam a netos dos “avós” da equipa portista.
No final, Schnell (excelente jogador e capitão da equipa da casa), afirmou-nos o seu fascínio como os “velhinhos” trocavam a bola.
De realçar que F.Gomes tinha no dia anterior participado na Suiça num jogo de beneficência numa equipa de Luís Figo e de outras estrelas. Não sendo possível deslocar-se de outra forma, fez o percurso de carro para jogar no Luxemburgo. Mais!.. 8 dias antes tinha participado num torneio em FÃO, o que me encheu de orgulho, (sou fangueiro... “dos fortes”).
Colaborador do Correio, jornal da comunidade portuguesa no Luxemburgo para o qual escrevo, ao fazer o meu trabalho, aproveitei para saber a opinião dos intervenientes da sua estadia em FÃO.
Luís Fonseca.: -Fernando Gomes, foi a primeira vez que participou no torneio em FÃO?
Fernando Gomes.: É a segunda vez que o Porto participa no torneio internacional em FÃO, mas para mim foi a primeira e fiquei maravilhado.
L. F.: E como sente que foram recebidos?
F.G.: Fomos muito bem recebidos. Outra coisa não podia ser porque já temos uma certa idade. A gente de FÃO é muito acolhedora e a direcção do clube está de parabéns.
L.F.: Ficou com vontade de voltar a esta acolhedora terra?
F.G.: Tal como os meus colegas fiquei satisfeito e com vontade de voltar. Se nos convidarem estarei sempre disponível para participar em futuros eventos. FÃO é uma terra maravilhosa.
(... O meu coração batia forte, tive de aguentar a pressão, o saudosismo, o trabalho esperava... e era para ser feito. ... )
As pessoas de FÃO são doces como os doces da sua terra
De seguida entrevistamos o treinador Baltazar Morais .
L.F.: Baltazar Morais desde quando é treinador dos veteranos do F.C. do Porto?
Baltazar Morais.: Oficialmente desde 1987 quando o Porto foi campeão Europeu.
L.F.: Então conhece todos estes “meninos”?
B.M.: Conheço muito bem e acompanhei muitos desde as camadas jovens. Temos de fazer uma renovação constante porque as pernas não acompanham o pensamento.
Temos uma rapaziada que foi internacional pela Selecção Nacional e deu muitos títulos ao F.C. do Porto. Nunca utilizamos um elemento que não tenha vestido a camisola do F.C. Porto, porque o clube tem de ser bem representado e só quem sentiu o suor desta camisola é que sabe dá-lhe o valor. Sempre que nos convidam sentimos orgulho em corresponder para verem as camisolas do F.C. do Porto em acção por esses campos fora.
L.F.: E como se sentem por esses campos fora, como recentemente a participar num torneio internacional em FÃO?
B. M.: Estivemos na semana passada em FÃO a participar num torneio que o C.F. FÃO organizou. Foi extraordinário, parabéns às gentes de FÃO. É a segunda vez, mas o torneio está a entrar num aspecto muito competitivo e aguerrido. Não pretendemos falar mal das arbitragens mas a categoria do torneio merecia ter outro tipo de árbitros. Desta vez foram para lá jovens sem experiência, com arrogância. Não é nossa intenção falar mal de ninguém, sabemos que os árbitros são precisos porque são importantes e sem eles não há jogos. Procurem melhorar porque nós compreendemos e estamos sempre de acordo.
L. F.: Ao dirigir-me essas palavras pensa que o torneio em FÃO podia ter corrido melhor?
B. M.: Temos queixas mas não pretendemos entrar por aí. Quem nos convida é com sentimento, vontade, gosto e prazer. Esse prazer também é nosso e não devemos agarrar coisas de somenos importância para desvalorizar o torneio. Desejo que o FÃO tenha capacidade organizativa por longos anos, porque realmente é um fim de semana extraordinário.
L. F.: Mesmo atendendo aos defeitos que possam existir, se forem solicitados estão prontos a continuar e a colaborar?
B. M.:. Não pretendemos fugir a nada mas temos responsabilidades. Admito que por vezes devemos ter a cabeça mais fria, o que nem sempre acontece. A condição de mais velhos obriga-nos a ter uma boa reflexão mesmo nas horas mais “quentes”. Repito que não pretendemos nem devemos falar mal. Desejo que futuramente corra bem e estaremos sempre disponíveis para repetir. Se há coisas a rever, com a nossa experiência estamos prontos a colaborar.
L. F.: Queira dizer-nos como foram recebidos em FÃO, pelos seus habitantes e pela direcção do clube?. Faço-lhe esta pergunta porque sou natural de FÃO, corre-me nas veias e gostaria de saber.
B. M.: Olhe!...as pessoas de FÃO foram extraordinárias deram-nos tudo o que poderia existir de bom. Não podemos nem devemos sequer sonhar que possa haver qualquer virgula negativa para apontar. Tudo o que digo é no sentido que cada vez possa ser melhor porque FÃO merece. As pessoas de FÃO são doces como os doces da sua terra, que eu compro sempre que lá passo.
L. F.: E a nível do clube e da organização?
B. M.: Nada de mal a dizer. Só tudo de bom e tudo de bem, repetidamente bem.
L. F.: O C.F.FÃO é servido por um presidente ainda jovem. Qual o grau de mérito que lhe atribui?
B. M.: Ser jovem não conta. Mais novas ou mais velhas, as pessoas quando têm valor são sempre boas e quem tem competência seja em que idade for, é competente. O jovem presidente do C.F.FÃO tem tudo isso e como tal tem um grande mérito.
L. F.: Então temos F.C. do Porto nos futuros torneios em FÃO?
B. M.: Só falta o convite. Se o convite antecipadamente existir, é certo que estaremos presentes.
Se forem a FÃO ficam com vontade de voltar
Após estas palavras aproveitamos o balanço e chamamos junto a nós o principal patrocinador deste torneio Manuel Cardoso (6ª empresa da construção civil no Luxemburgo), um responsável do clube local (luxemburguês casado com uma portuguesa) e ainda Marques jogador do Porto a quem pedimos para nos dar o seu parecer sobre FÃO e da sua participação no torneio.
“Todos devem visitar FÃO. É uma terra maravilhosa com as pessoas a corresponder”. Á minha solicitação para a equipa luxemburguesa estagiar em FÃO, ou uma deslocação dos veteranos da mesma equipa a FÃO, Marques “ajudou à festa” e deu um “empurrão” dirigindo-se ao director da equipa local e também a Manuel Cardoso dizendo que “FÃO é uma terra maravilhosa, inserida num enquadramento natural magnifico. É uma terra merecedora de uma visita. As suas gentes e a direcção do clube vão recebê-los de tal forma bem, que se lá forem ficarão com vontade de voltar”. Mais adjectivos para quê.
Aguardando o eco da minha modesta contribuição, junto envio cordiais saudações.
do Luxemburgo: Luís Fonseca