
MANUEL PINHEIRO BORDA
Tal como seu irmão José Pinheiro Borda, este fangueiro nascido em 1894, também cedo emigrou para o Brasil, onde se dedicou ao comércio com razoável sucesso. No entanto, sempre manteve um contacto muito estreito com a sua terra natal, da qual foi um grande benemérito e quando regressou dedicou-se de corpo e alma a algumas das principais instituições, que lhe valeram muito justamente o nome de uma rua.
Tal como seu irmão José Pinheiro Borda, este fangueiro nascido em 1894, também cedo emigrou para o Brasil, onde se dedicou ao comércio com razoável sucesso. No entanto, sempre manteve um contacto muito estreito com a sua terra natal, da qual foi um grande benemérito e quando regressou dedicou-se de corpo e alma a algumas das principais instituições, que lhe valeram muito justamente o nome de uma rua.
Partida para o Brasil ainda adolescente
Filho mais velho de João dos Santos Borda, partiu para terras de Vera Cruz com apenas 15 anos, onde se tornou comerciante de relevo com uma importante tipografia na cidade do Rio de Janeiro, tornando-se um homem muito prestigiado naquele país. Soubemos que Manuel Pinheiro Borda foi sempre um amante do futebol e chegou a fazer parte da direcção da Portuguesa de Desportos, um clube fundado por portugueses. Casou com uma senhora brasileira de quem teve um filho de nome Renato, mas várias foram as vezes que veio de visita a Fão, como aconteceu em 1925, altura em que devido a um grande incêndio num estabelecimento comercial, na actual rua Prof. Pio Rodrigues, se congregou um grupo de distintos fangueiros para a criação de uma Corporação dos Bombeiros para Fão.
Um grande benemérito
Pinheiro Borda de regresso ao Brasil, depressa procurou outros fangueiros, para conseguir angariar meios para a aquisição de equipamento necessário à nossa Corporação, tendo rapidamente conseguido uma importante verba para a época (23.452$58 escudos). Não demorou muito a fundação da Corporação fangueira que em Dezembro desse mesmo ano de 1925, elegia a sua primeira direcção encabeçada pelo Prior António Nogueira.
Foi igualmente dos principais beneméritos para a criação da Caixa Escolar, criada em 1929 e uma iniciativa liderada pela professora Maria Vieira, que foi criada com o intuito de ajudar as crianças mais carenciadas de Fão. No entanto, o seu contributo não se ficou por aqui e várias foram as vezes que lhe foram solicitadas ajudas para outras benfeitorias na nossa terra.
As vindas a Fão de Manuel Pinheiro Borda eram sempre bem alargadas, integrando-se intimamente no seio da comunidade fangueira, frequentando assiduamente o Clube Fãozense, que na altura era o seio dos homens mais proeminentes de Fão.
Regresso definitivo a Fão
Em 1952 Manuel Pnheiro Borda regressa definitivamente do Brasil. Nessa mesma década entra para a direcção do Clube Fãozense e mais tarde para a Irmandade do Senhor Bom Jesus, da qual se tornou Juiz a partir de 1958, sendo responsável por importantes obras de beneficiação no templo.
Fez também parte dos órgãos sociais do Clube de Futebol de Fão, sendo também um importante benfeitor, acompanhando o grande entusiasmo do seu amigo Artur Sobral, pessoa a quem organizou alguns jantares de homenagem, tal o empenhamento deste homem em ajudar as instituições fangueiras.
Em 1960 entra para a direcção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Fão, sendo seu presidente durante 20 anos. Está ligado à construção do novo quartel no Largo do Cais (Avelino Pires Carneiro) em 1966, e a outras grandes melhorias na Corporação como a aquisição da primeira ambulância (1969) e um pronto-socorro. Apesar da polémica que afectou a corporação durante alguns anos, pelo desentendimento com o comandante Esteves, tornou-se numa das maiores figuras ligadas aquela instituição, com um acentuado prestígio a nível nacional.
O seu reconhecido valor e dinamismo, fez com que fosse convidado a fazer parte da Câmara Municipal, primeiro como vereador na área do turismo e mais tarde como Vice-Presidente.
Curiosamente foi ainda conhecido como o primeiro treinador do Esposende SC, quando este clube ascendeu à III Divisão Nacional e em Fão chegou a treinar uma equipa não federada
Fangueiro de forte personalidade, muito respeitado por toda a gente pela sua perseverança e amor a Fão, ajudou a prestigiar e divulgar a sua terra. Pelo seu perfil, os fangueiros decidiram homenageá-lo com o nome da rua que passa pelas traseiras do quartel dos bombeiros, entre a Rua dos Bombeiros e o Largo do Estaleiro, associando-o assim pela proximidade à Instituição que ajudou a nascer e a criar.