
“O visionário mente a si próprio. O mentiroso apenas aos outros”, escreveu Friedrich Nietzsche.
Este aforismo por vezes invocado por personalidades com notório currículo como Teodora Cardoso, leva-nos a enquadrá-lo no fenómeno político em tempos de campanha eleitoral, procurando perceber o sectarismo das promessas e venda de ideias aos promitentes eleitores.
Os resultados do último acto eleitoral em Fão foram antecedidos de uma campanha com recurso aos meios variados de comunicação e foi invulgar o tom de crispação sentido ao longo da sua vivência , o que acelerou a ansiedade pela contagem final.
Notória foi a participação dos nossos jovens nas diversas listas, por recurso ou estratégia e bem podemos sorrir pela importância na preparação do futuro, o que não deverá ser esquecido pelos responsáveis políticos.
O fim do ciclo político de José Artur poderá ter sido a surpresa para alguns e ditou um grito de vitória para quem encarou este resultado como o fim de uma guerra.
No entanto, a análise comparativa dos resultados permite afirmar que foi José Artur quem perdeu as eleições, tendo em conta que os candidatos laranja à Câmara e Assembleia Municipal tiveram em Fão votações muito superiores às obtidas por Luís Peixoto, o concorrente mais votado para a Assembleia de Freguesia.
Esta votação cirúrgica dos eleitores fangueiros pretendeu penalizar claramente o ainda Presidente da Junta e manifestar-lhe o desagrado pelo seu distanciamento na vida diária e a falta de acompanhamento dos problemas correntes e de algumas promessas, pese um cardápio de obra feita, omitida estrategicamente por alguns concorrentes e já esquecida por outros.
Cada vez mais o cidadão exige proximidade e empatia e se o candidato vencedor também poderá não ter o perfil e as condições de vida para essas exigências, é certo que nada tinha em julgamento, o que será diferente no final dos 4 anos do próximo mandato, onde vai aperceber-se até que ponto ele foi visionário.
Um programa para 4 anos passa num instante e ninguém vai ficar indiferente à agenda dos próximos tempos, augurando sempre, como não poderia deixar de ser, os maiores sucessos para quem vai ter a difícil responsabilidade de gerir Fão.
Fugindo à política, que muito nos interessa, não poderia deixar de referenciar o milhão de visitas ao Novo Fangueiro, um patamar ansiado e que revela o interesse na leitura dos conteúdos deste nosso site que vagueia nesta aldeia global.