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VÍTOR QUEIRÓS, Presidente da AJE

Vítor Queirós (Estudante e dirigente associativo)
Quando há cerca de 2 anos pesquisávamos sobre o terrível acidente de viação, que vitimou este jovem fangueiro no Luxemburgo, ficamos de tal forma estarrecidos com as imagens da comunicação social local, que não tivemos coragem de as inserir na nossa notícia. Como como nós muitos pensaram que só por milagre alguém sairia vivo daquele amontoado de ferros prensados, mas mesmo para o mais céptico, a sua salvação parece ter tido uma ajuda divina, ou alguma força de uma corrente de muitos familiares, amigos e conterrâneos que oraram por ele. Passado este tempo, o Vitor que sofreu várias intervenções cirúrgicas e continua em tratamentos é um jovem que mostra uma grande vontade de viver, de lutar e de fazer algo na comunidade e na sociedade de forma a arrastar outros consigo, seja na política, seja no associativismo, como o comprova o facto de ter co-fundado há dias uma nova associação que tentará congregar jovens de todas as ideologias, diferentes áreas e de todo o concelho.
Aos 22 anos Vítor Alexandre Gaifém Soares Parente Queirós, estuda na Faculdade de Ciências do Porto a fazer o mestrado em Engenharia Agronómica, é dirigente da Juventude Social Democrática do Concelho e fundou há dias a Associação de Jovens de Esposende.

Do futebol para o hóquei devido a um castigo
Novo Fangueiro- De muito jovens sempre foste praticante desportivo, tendo chegado a sénior no HC Fão, como aconteceu essa opção?

Vítor Queirós- ”Comecei a jogar nas Escolinhas do Águias de Serpa Pinto, depois fui para os Infantis do CF Fão e daí para a AD Esposende, de onde sai devido a um castigo por notas menos boas nos estudos. Então surgiu mais tarde o hóquei em patins em Fão e foi uma alternativa que tentei agarrar e que me deu algum gozo em praticar, tendo passado pelas várias categorias do HC Fão de Iniciado a sénior.”

NF- O associativismo porquê e desde quando?
Vítor Queirós- ”Desde muito cedo fiz parte de várias associações de estudantes, tendo sido dirigente da associação académica e de conselhos pedagógicos, tendo começado na JSD já na Universidade de Bragança em 2006 e mais tarde na concelhia de Esposende em 2007. Actualmente estamos a dar os passos necessários para fundar um núcleo da Juventude Social Democrática em Fão. E agora claro este novo passo que é Associação dos Jovens de Esposende (AJE).”

NF- Que vos motivou a fundar esta associação e não haverá por trás motivações políticas?

Vítor Queirós- ”Nós os jovens do concelho, que estudamos fora e se viermos durante a semana a casa verificamos que não temos nada para ocuparmos os nossos tempos livres. Mesmo ao fim de semana, tirando os que praticam algum desporto lou pertencem a alguma associação, poucas actividades encontramos. A AJE, surge precisamente para ocupar esse vazio, principalmente para aquele vasto grupo de jovens que criaram laços de amizade no secundário e que depois vão perdendo o contacto e começam a afastar-se do concelho. Esta associação é aberta aos jovens de todas as freguesias, seja qual for a sua ideologia política ou religiosa, de forma a dinamizar também as suas freguesias e os seus jovens e uma das nossas primeiras medidas foi falar com todas as Juventudes dos partidos políticos.”

NF- Qual a vossa estrutura, qual a receptividade e principais projectos?
Vítor Queirós- ”A AJE, é constituída por uma direcção de 14 elementos, mais 6 que pertencem à Assembleia Geral e Conselho Fiscal. À nossa chamada tem respondido muita gente e em apenas 1 semana de vida, já conseguimos 50 associados. Teremos diversos departamentos, tentando cria e colaborar em actividades de outras associações ou entidades de forma a colarmos em campo as nossas vocações e fazer algo em prol da comunidade e dar maior motivação aos nossos jovens e aproveitar os conhecimentos e aptidões para as diferentes área como a Pedagógica, Formação ou Desportiva. Tentaremos que os jovens na realização dessas actividades desenvolvam as suas competências e adquiram experiência na sua área de formação. Para já teremos a nossa sede na Casa da Juventude, graças à boa vontade da Autarquia, cujo vereador se mostrou muito aberto a uma colaboração mútua para diversas iniciativas. No próximo dia 9 de Julho teremos a nossa apresentação e tomada de posse formal, precisamente na Casa da Juventude. Umas das nossas iniciativas será criar o “Dia do Finalista”, onde tentaremos reunir todos os jovens do concelho que terminem os seus cursos, comemorado com uma série de actividades, que ajudará a manter os elos de afinidade ao seu concelho, numa fase da vida em que muitos irão partir para outros destinos. A partir daí tentaremos colocar um banco de licenciados no site que iremos construir, para ofertas de empregos e estágios profissionais e faremos um contacto mais directo com as empresas, que desejem apostar neles, num interesse que será mútuo e com muitas vantagens de parte a parte.
Para já temos como forma de contacto e-mail próprio e uma página no Facebook, que é uma porta aberta gratuita de fácil comunicação e divulgação.”


NF- Agronomia porquê?
Vítor Queirós- ”Sempre gostei dos espaços abertos e sempre me assustou a ideia de um dia ter a minha actividade profissional fechado num gabinete ou escritório. Sempre me fascinou a natureza e os produtos agrícolas como por exemplo os vinhos e os azeites.”

NF- E os espaços verdes do nosso concelho, qual é para ti o estado actual e pensas que tem tentado ser preservado convenientemente?
Vítor Queirós- ”Acho que a nossa autarquia tem tentado pelo menos perservar ao máximo os recursos naturais que tem, por vezes não será feito da melhor maneira, mas a tentativa tem sido evidente, pois faz todo o sentido num concelho em que o mar, o pinhal e os rios são uma riqueza imensurável.”

NF- Quanto a equipamentos estruturais, pensas que o concelho está bem servido ou terá algumas carências evidentes?
Vítor Queirós- ”Acho que nos teremos de considerar privilegiados com as infra-estruturas que temos no nosso concelho, embora por vezes estejam subaproveitadas ou pouco divulgado o que nelas se faz. Haverá uma ou outra freguesia com mais necessidades, mas generalidade poderemos dar-nos por satisfeitos. No caso particular de Fão, acho que o Centro Desportivo é um equipamento excepcional e o Pavilhão Gimnodesportivo está a precisar de algumas intervenções de manutenção.”

NF- Qual a tua opinião sobre o HC de Fão, que atingiu já alguma projecção em apenas 11 anos de vida?
Vítor Queirós- ”Apesar de não fazer parte da direcção, tento estar por dentro de tudo o que se passa no clube, que representa muito para mim e até fui convidado para ser o próximo director desportivo do clube. Sei que a vida do HC Fão é muito estável e só tem tendência a crescer, desde que os passos continuem a ser dados devagar e de uma forma sólida e estou certo que tem um bom futuro pela frente.”

NF- E quanto ao CF Fão, como fez tudo o que conseguiu a sua situação complicada situação económica?
Vítor Queirós- ”No futebol não estarei tanto por dentro da sua situação, mas tenho conhecimento de vários acórdãos que colocam o clube numa situação muito complicada. Mas claro que isso me preocupa bastante como qualquer fangueiro deveria estar. Logicamente que aqui, penso se deram passos demasiadamente grandes e a opção de manter o Estádio à conta do clube, não foi a melhor, pois se ele tivesse ficado como foi proposto como Municipal, isso acarretaria muito menos custos de manutenção, como vem acontecendo desde a sua inauguração, isto sem deixar de usufruir das suas instalações. Penso que foi um passo arriscado atendendo à conjuntura do país, do concelho e particularmente da nossa freguesia. Os investimentos de grande dimensão terão de ser muito bem pensados e neste caso, foi-se um pouco longe demais, mas a obra está feita e é preciso tentar ajudar a resolvê-la, mas não vejo grandes soluções, ainda mais numa altura de eleições à porta.”

NF- Como militante do PSD, quais as tuas perspectivas para o trabalho complexo que Passos Coelho e o seu novo governo terão pela frente?
Vítor Queirós- ”Estou confiante que este governo será pelo menos honesto e sinceros para os portugueses, que tem alguma noção das dificuldades, embora ainda estará muito por saber de quanto nos irá custar esta “troika”. Eles terão com certeza um trabalho muito duro pela frente, praticamente sem tempo para se sentarem, para por mãos à obra.
Claro que quando se candidataram já sabiam para o que iam, agora tem de nos provar aos que como eu os apoiei de que estávamos certos. Acredito sinceramente que Passos Coelho será um bom primeiro-ministro e que teremos um bom governo.”


NF- No entanto, tens noção de que com razão ou não, as manifestações sociais apartidárias ou não, deverão aumentar nos próximos tempo, face ao avolumar dos problemas sociais difíceis de conter?
Vítor Queirós- ”É verdade que isso irá acontecer e isso será inevitável, as pessoas encontrarão nas saídas à rua como única forma de darem voz ao seu descontentamento, o desespero será tão grande pois os cortes serão mais que muitos. Agora se isso vai adiantar? Não que acredito que vá adiantar muito, mas o nosso estado impulsivo leva-nos a isso, o que poderá criar vários problemas ao país. Isso já está a acontecer um pouco por todo o mundo e em Portugal não fugirá à regra. “

NF- Estás para continuar na política e como vês o futuro dos jovens, particularmente no nosso concelho, atendendo aos problemas sociais como a dificuldade de arranjar emprego?
Vítor Queirós- Sim, acho que nós os jovens temos de nos envolver e acompanhar a política, para tomarmos uma parte mais activa, pois o descrédito dos políticos atingiu os limites, mas não é afastando-nos que conseguimos fazer algo. Teremos de actuar mais e sermos vigilantes do que se passa, para nos fazermos ouvir com outra legitimidade, não basta estar contra, é preciso também assumirmos a nossa própria responsabilidade na sociedade e ir contra este laxismo, comprovado pela grandes taxas de abstenção nos actos eleitorais. Hoje em dias há muitas formas de batalhar. As pessoas não podem estar à espera que lutem por si e que o emprego lhes bata á porta, é preciso que cada um se mostre activo, procurando fazer algo por si mesmo e lutar pelos seus próprios obejctivos.”

NF- Tu que já estiveste no estrangeiro como vês esta nova onda de emigração de jovens portugueses, numa altura em que outras gerações vão regressando?
Vítor Queirós- ”Nos tempos que estive lá fora, já notei que cada vez se nota a chegada de muitos jovens com qualificação académica ao estrangeiro. Vejo isso com enorme pena, pois o que temos de melhor acaba por ir sair do país, muitas pessoas que investiram muito e de si anos a fio para se formarem. Essas pessoas poderiam dar um grande contributo para a recuperação e desenvolvimento do nosso país, mas infelizmente ou por falta de emprego ou por as condições lá fora serem muitos superiores isso está a acontecer cada vez mais. Os melhores vão acabar sempre por sair e nós talvez nunca conseguiremos dar o salto que precisamos.”

NF- O grave acidente que te colocou à portas da morte, achas que de certa forma te terá ajudado a ver a vida de outra forma e se achas que a tua recuperação teve um pouco de milagroso?
Vítor Queirós- ”Realmente foi um acidente bastante grave, que até os próprios médicos quando vou lá às consultas quase não querem acreditar na minha salvação, falando disso com um brilho indisfarçável no olhar e enorme satisfação. Felizmente as coisas correram bem e isso deu-me mais forma para lutar por mim e por outras pessoas, mais concretamente os jovens que é com quem mais identifico e que tem muito para dar, mas nem sempre tem as portas abertas para o fazer. Isso veio dar-me também maior alento a fazer aquilo de que gostamos, onde mais gostamos de estar, nesta curta passagem das nossas vidas.
Embora não estivesse consciente soube mais tarde que realmente houve uma grande onda de solidariedade de pessoas que oraram e pediram por mim e embora seja um católico não muito fervoroso, isso deixou-me um tanto perplexo, pois tudo aconteceu de forma especial e tenho de agradecer a todos que se preocuparam comigo.”


NF- Achas que se te acontecesse o mesmo em Portugal terias as mesmas hipóteses de sobreviver?
Vítor Queirós- ”Sinceramente acho que sim, tudo tem a ver com o momento e alguma sorte. Acho que Portugal, e isso sempre ouvi dizer lá fora, tem dos melhores médicos muitas vezes não terão os melhores meios e mesmo lá surgiram alguns problemas que a esta hora poderiam não ter acontecido cá. Mas a minha recuperação continua a ser feita cá e lá e sei que todos me ajudam no seu melhor. Claro que o sistema de saúde lá tem outras condições.”

NF- Uma mensagem final aos jovens e em particular aos fangueiros…
Vítor Queirós- ”Nós os jovens e os fangueiros em geral, temos de ter consciência do lugar maravilhoso onde vivemos. Eu, muitas vezes era questionado por colegas meus pela paixão à minha terra e eu convidava-os a virem ver pelos próprios olhos. Logicamente que depois de conhecerem acabavam por me dar razão, considerando ser fantástico e um privilégio cá viver. Nós em Fão somos já de raiz um povo muito crítico e está na hora de arregaçarmos as mangas e nos juntarmos num objectivo comum, que é valorizar o muito que temos de bom e lutar por isso. Acho que em Fão as associações e mesms o próprio comércio às vezes se dividem demais em vez de se juntarem pelos objectivos comuns. É tempo de perceberem o que bom tem, procurar as melhores soluções e que isto é deles, contrariando a saída de muitos para fora e a vinda cada vez mais de pessoas de fora para cá, esta terra que para mim é a melhor de todo o mundo. Aos jovens gostava de reformular que nos contactem e tragam ideias para a nossa associação, que com certeza os ouvirá.”

NF- E a Associação dos Jovens achas que pode contribuir para essa estratégia?
Vítor Queirós- ”Um dos nossos objectivos será oferecer a nossa disponibilidade ás várias associações e criar iniciativas para envolver várias delas de forma a interagirem e união, pois Fão e o concelho tem muita forma. Devemos criar mais e maiores actividades no concelho cada vez com maior amplitude.”

NF- E as tuas ambições pessoais quais são? Achas-te com condições de vir a ser um líder?
Vítor Queirós- ”Antes do acidente cheguei a pensar em viver no Luxemburgo, devido às condições de vida, mas depois cheguei à conclusão que o meu caminho era no meu país e na minha terra, onde penso haver condições para viver. Lá fora as pessoas convivem pouco, há dinheiro, mas não há vida em comunidade depois do trabalho. Aqui há um conjunto de coisas que me motivam a cá viver.
Eu gosto muito da política e do associativismo, mas só o tempo dirá se tenho capacidades para vir a ter algum destaque na política e como líder.”


Esta a nossa conversa com um jovem, fangueiro que é um bom exemplo para muitos de nós que por vezes não aproveitamos as oportunidades que a vida nos tem dado e muitos de nós já, como o Vítor estiveram com passagem marcada. E, como dizia Winston Churchill em relação à Inglaterra, aqui com a devida alteração, “antes de perguntares o que a terra pode fazer por ti, deves pensar no que podes fazer pela tua terra” , pelo que esperamos que o Vítor Queirós neste seu novo e futuros projectos possa com a sua vontade e bairrismo, contribuir também para ela e para a comunidade, que por vezes se queixa do absentismo dos jovens, mas também não faz tudo para os cativar.

Esta entrevista depois de sair da página central passará para o tópico Grande Entrevista e mais tarde para o tópico "Entrevista".

Jose Belo
josebelo2000@sapo.pt

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"O Novo Fangueiro"