Foi publicado no Diário da República de 10 de Setembro de 2012 o anúncio que respeita à Consulta Pública relativa à classificação como Monumento de Interesse Público (MIP) da Casa Dr. Fernando Ribeiro da Silva, mais conhecida como “Casa de Ofir” da autoria do arquitecto Fernando Távora e à fixação da respectiva zona especial de protecção (ZEP), sendo o prazo de pronúncia dos interessados até 23 de Outubro de 2012.
O seu estado de degradação em consequência de um incêndio chamou a atenção da Ordem dos Arquitectos e em Janeiro do ano passado a Secção Regional Norte desta Entidade informava que “estava a desenvolver contactos com entidades envolvidas na salvaguarda e difusão do património arquitectónico – entre outras, com a Direcção Regional da Cultura do Norte, DRCN, e com a Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, FAUP –, no sentido de criar um grupo de trabalho que pugne pela intervenção urgente no edifício, invertendo o referido processo de degradação, e que perspective a possibilidade da sua reabilitação integral, no respeito pelo projecto original, em articulação, quer com a Câmara Municipal de Esposende, quer com os proprietários do imóvel.
No mesmo sentido, o Conselho Directivo da OASRN irá defender, junto das autoridades competentes do Ministério da Cultura, MC, a necessária e premente atribuição do estatuto de Monumento de Interesse Público à “Casa de Ofir”.”
Na reunião de 25 de Julho de 2012 da Secção de Património Arquitectónico e Aequeológico (SPAA) do Conselho Nacional de Cultura (CNC), esta apreciou o assunto e deliberou:
“A Casa de Ofir, como é conhecida, é mais um ícone da Arquitectura Contemporânea em Portugal. Estudada e admirada por gerações sucessivas de arquitectos, historiadores e estudiosos da cultura da pedra, é seguramente e porventura a par com o Pavilhão da Quinta da Conceição em Matosinhos, um dos melhores exemplos do período posterior ao “Inquérito à Arquitectura Popular Portuguesa”, enquanto expressão moderna de interpretações de valores significativos do passado.
Apesar do estado de meio abandono em que se encontra, também provocado por um curto incêndio, a casa é perfeitamente recuperável, mantendo o espírito mágico com que nasceu.
Assim, a SPAA do CNC congratula-se com a proposta desta classificação aprovando-a, bem como a ZEP definidia em cartografia anexa.”
Já nos tínhamos referido a esta situação de degradação que fora veiculada pelo semanário Expresso e por isso vemos com muito optimismo o início do processo de classificação como Património de Interesse Público desta casa que é uma referência importante da Arquitectura Contemporânea portuguesa.